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segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Postal Máximo Chá dos Açores (Ribeira Grande)

 

O CHÁ NOS AÇORES

No século XVI, o chá foi apresentado a sacerdotes e comerciantes portugueses na China, que mais tarde o introduziram na Europa. Os portugueses deram-lhe o nome de Chá porque o caractere chinês para “chá” pode ser lido como Te (que vem da palavra malaia para “beber”) ou pode ser lido como Cha (derivado da palavra em mandarim para “colheita”).

Acredita-se que a produção de chá tenha sido introduzida nos Açores no início do século XIX - por volta de 1820 - por Jacinto Leite, um açoriano nascido na ilha de São Miguel. Na época, Jacinto trabalhava como comandante da Guarda Real de D. João VI no Brasil e decidiu criar a primeira plantação de chá em São Miguel, utilizando sementes que havia trazido do Rio de Janeiro.

O clima da ilha provou ser bom para as colheitas e o cultivo do chá lentamente ganhou apoio na ilha. Enquanto a produção e exportação de laranja - uma parte muito importante da economia da ilha - estava em claro declínio, a produção de chá parecia um substituto promissor. Isso fez com que os membros da Sociedade Promotora Micaelense considerassem a produção de chá como o próximo ciclo económico da ilha.

Portanto, a produção de chá tornou-se uma ocupação importante para o povo da ilha e sua economia, atingindo o seu auge na década de 1950, quando as exportações alcançaram a impressionante quantidade de 250 toneladas, como resultado de 300 ha de cultivo. Para uma pequena ilha no meio do oceano, esses eram números muito impressionantes e o futuro do chá nunca parecia tão brilhante.

Contudo, com as consequências da Primeira Guerra Mundial e da Protecção Aduaneira do Chá de Moçambique, a produção e exportação de chá nos Açores começou a enfrentar dificuldades crescentes. Essa situação desencadeou uma crise tão profunda que, em 1966, das 14 fábricas de processamento de chá, apenas 5 continuavam em funcionamento. Actualmente, existem apenas duas: a Fábrica de Chá Gorreana e a Fábrica de Chá Porto Formoso.

Texto retirado de:https://madeinazores.eu/pt/content/25-o-cha-nos-acores